sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pé afrente



Posso me cuidar
Embrulhar o meu amor em um jornal
E pôr atrás da geladeira, pra depois
Mas ele vai apodrecer

Reconheço que
Não sou o mais correto exemplo de homem
Mas os defeitos que me tornam esse ser
Não podem agredir ninguém

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Não ver



É quase como não existir

Pode ser grave ou vivacíssimo

Ad infinitum ou al fine

Pode ser staccato com ritornello

Mas nunca é bem vindo


Enfim...
... não ver é pior que não enxergar.

domingo, 7 de junho de 2009

Luzes



Carinho não se tem dobrado
Se o desejo não se vê
Seus olhos tristes ao meu lado
Precisam me dizer

Que detrás daqueles óculos
Escuros pensamentos
E ela se contorce toda
Com devoção

sábado, 6 de junho de 2009

.


Tenho opinião sobre seus ódios
Vejo a condição dos seus segredos
Não me trate mal porque pensa que errei
E possível enxergar mais que se vê


Me olhe bem e diga o que vê
Será que é bom? Convence?
Importaria menos se fosse outra pessoa
Mas de você eu tenho cuidados
Ou será que é de mim?
Se for, estou evoluindo
E partindo para outro patamar



O dos autruistas de si mesmo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Take it easy


Apático
E sempre assim
Fanático
Com o seu sorriso
Pena que ele é tão raro
E não aparece pra mim

Take it easy
Fiquemos bem
Estamos entre um abismo
Caindo
Um pra cima
Outro pra baixo

Tá faltando carinho
Mas não tá, amor
Ser feliz é como ter sucesso
Não tem regras
Mas tem
Amor

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tentativa 1


Eu debruçado naquela janela era tão somente homem
Te olhando com os olhos ardendo, era homem
Excluído do foco pessoas, era homem
Homem que sente dor
Meus soldadinhos de chumbo não sentiam dor
Nem mesmo se caíssem de toda a altura
Creio que suas bonecas também não
Perdidas no terreiro
Coisinhas pequenas
Carrinhos batidos, poemas
Papéis de carta decorados
Todos do mesmo lado
Não sei se cresci, só porque
Meu cabelo demora mais a cair no chão
Se quando grito de dor
Minha voz arranha o silêncio
Ainda te vejo pequena, cambota
Com a boca aberta fazendo careta
Com a cara boa e o cheiro de chuva
Que vem do seu pêlo macio amarelo

Por ordem de devaneio


Instrumental


Pra falar mais uma vez de amor
Prefiro ser instrumental

Finjo não acreditar em dor
Tomo analgésico e coisa e tal

Vejo o sol todos os dias e me apago
Logo eu que nunca amei
Amuado procurava seu afago

E você nem me via

Dancei salsa, fiz o baile balançar
Procurei alguém pra dizer os meus ais
Fiz a cama no alpendre do presídio


E você nem me cantou